sexta-feira, 30 de março de 2012

Documentário BERLENGAS - e o trabalho da SPEA para a conservação

Berlengas and Spea's work for Conservation from aidnature.org on Vimeo.


Esta semana a ONG portuguesa aidnature.org lançou no seu sítio da internet e nas redes sociais um documentário acerca do trabalho da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves no ilhéu dos Farilhões, no arquipélago das Berlengas.

Este documentário insere-se no Projecto Conservar Portugal, que a aidnature.org está a produzir sobre alguns dos grupos que trabalham em conservação da vida selvagem em Portugal, sobre as espécies ameaçadas no país e os locais a preservar. Uma versão portuguesa do documentário será lançada brevemente.

Clique aqui para aceder ao site da organização.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Voluntários vão ajudar sapos e salamandras do Alvão a atravessar a estrada



















08.03.2012
Por Helena Geraldes
IN Público - ECOSFERA

É um ritual de sobrevivência com milhões de anos aquele que, nesta altura, leva os anfíbios a sair da hibernação e a procurar zonas de água para reprodução. No Alvão, há uma estrada no seu caminho. Dezenas de voluntários vão torná-la menos ameaçadora.Nos dias 9 e 10 de Março, dezenas de cidadãos de Vila Real vão construir um muro com 40 centímetros de altura, dos dois lados da estrada nacional EN313 – que liga Vila Real a Lamas de Olo –, num troço de 1400 metros. “Esta estrada já tem uma série de passagens hidráulicas por baixo da estrada. Aquilo que vamos fazer é construir um murete que conduza os anfíbios até essas passagens, para diminuir a mortalidade acidental por atropelamento, que no ano passado foi muito elevada”, disse ao PÚBLICO Carlos Lima da Divisão de Planeamento da Câmara Municipal de Vila Real. A iniciativa “Salvemos os Sapos” já tem confirmadas 50 pessoas para sexta-feira mas as inscrições ainda estão abertas.

“Nesta altura do ano, havia voluntários a transportar manualmente os animais de um lado para o outro da estrada. Mas isso não funcionava”, comentou. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) monitorizou aquele troço da EN313 e concluiu que a mortalidade acidental por atropelamento é “muito elevada”, acrescentou Carlos Lima. Especialmente para o sapo-comum (Bufo bufo), o sapo-corredor (Bufo calamita) e a salamandra-lusitânica (Chioglossa lusitanica), esta última espécie endémica da Península Ibérica e classificada como Vulnerável pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Agora será construído no troço mais sensível da estrada um murete de betão, coberto com pedras locais para melhor integração na paisagem. Mas esta intervenção já está em contagem decrescente. “Não temos muito tempo”, disse Carlos Lima, que lembrou que os animais estão prestes a começar a migração de zonas mais elevadas, e secas, onde passaram o Inverno, em hibernação, até aos charcos temporários e turfeiras perto da barragem do Alvão para se reproduzirem.

A iniciativa surge no âmbito do projecto SeivaCorgo – uma das vertentes do Programa da Biodiversidade de Vila Real – e conta com a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e Parque Natural do Alvão e com o co-financiamento do Programa Operacional Regional do Norte (ON2).

O Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal, de 2010, lista 17 espécies de anfíbios, espécies especialmente sensíveis às alterações climáticas e às perturbações nos padrões de precipitação. Carlos Lima informou que, por enquanto, a seca que afecta todo o território de Portugal Continental, ainda não está a ter efeitos nas populações de anfíbios daquele concelho. “Na última saída de campo que fizemos, os charcos temporários estavam, pelo menos, húmidos. E a barragem do Alvão tem níveis de água assinaláveis”, constatou.

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terça-feira, 13 de março de 2012

Associações ambientalistas em acampamento contra a Barragem de Foz Tua





Fonte: Quercus

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Concentração de protesto
no dia 17 de Março
Associações ambientalistas em acampamento contra a Barragem de Foz Tua
Apesar das evidências do valor patrimonial e económico do vale do Tua, a EDP e o Governo teimam em avançar com a construção da barragem de Foz Tua. Recusando-se a assistir inactivas a esta destruição, várias associações ambientalistas participarão num conjunto de acções de protesto em Foz Tua, começando a 14 de Março. por ocasião do Dia Internacional pelos Rios. Entre 10 e 18 de Março, decorrerá um acampamento pela preservação do Vale do Tua, que termina, no dia 17 de Março, numa concentração junto à barragem no dia 17 de Março, em censura pública aos seus promotores.
A barragem produziria apenas 0,1% (!!!) da energia do País, com um custo do kWh duas vezes mais caro que o sistema electroprodutor presente e dez vezes mais caro que investimentos alternativos em poupança de energia. A barragem implica a destruição de um dos mais belos rios da Europa, a possível desclassificação pela UNESCO do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da Humanidade, a degradação da qualidade da água e a destruição de solos agrícolas, de paisagens únicas e de ecossistemas raros, bem como do potencial turístico da região, cujo exemplo mais desolador é a submersão da linha de comboio centenária do Tua.

Vamos partilhar a realidade e a cultura da comunidade local, que sofre com a desertificação e despovoamento da região do Vale do Tua, agravado agora com a construção da barragem.


/PROGRAMA

4ªFEIRA, 14 DE MARÇO, DIA DOS RIOS
11h00 - Dia Internacional de Acção pelos Rios
14h30 - Início da Vigília Pelo Tua - Pelo Rio, pelo Património, pela Linha

17h00 - Inauguração da Exposição Actua pelo Tua

5ªFEIRA, 15 MARÇO, DIA DO PATRIMÓNIO
10h00 - Homenagem aos Sobreiros Abatidos

21h00 - Leitura de poesia Transmontana e Duriense

6ªFEIRA, 16 DE MARÇO, DIA DA ENERGIA
10h00 - Dia Aberto de Actividades sobre Energia e Transportes

Exibição de documentários sobre as barragens

SÁBADO, 17 DE MARÇO
9h Rafting no Rio Tua (GEOTA)
(ou) 10h Caminhada Foz Tua

15h CONCENTRAÇÃO CONTRA A CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM EDP EM FOZ-TUA

DOMINGO, 18 DE MARÇO
9h30 Passeio pedestre pela Linha do Tua (GEOTA)

Entrega dos prémios do Concurso de Artes Actua pelo Tua

quinta-feira, 8 de março de 2012

Conservação do lince e abutre-preto ganha 5000 hectares no Alentejo









Fonte: Público

Publicado em:

29.02.2012
Helena Geraldes

O lince-ibérico e o abutre-preto, duas das espécies mais ameaçadas de Portugal, ganharam 5000 hectares de refúgio no Baixo Alentejo, no âmbito de uma parceria para a sua conservação assinada na Herdade da Contenda.

Com mais de 5000 hectares, a Herdade da Contenda – gerida pela Câmara Municipal de Moura – vai ser alvo de uma série de medidas para “melhorar as condições de sobrevivência, alimentação e reprodução do lince-ibérico e do abutre-preto”, explicou Eduardo Santos, da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e coordenador do projecto LIFE - Natureza “Habitat Lince Abutre”, iniciado em Janeiro de 2010.

O protocolo de parceria foi assinado em Dezembro e, nos próximos cinco anos, serão instalados ninhos artificiais de abutre-preto e um campo de alimentação para esta ave necrófaga, e implementadas medidas de melhoria do habitat para o coelho-bravo, presa do lince-ibérico (Lynx pardinus) e do abutre-preto (Aegypius monachus).

“A Contenda é um espaço muito especial”, contou ao PÚBLICO Eduardo Santos. “É considerada, há muito tempo, uma das melhores áreas de habitat para o lince-ibérico e para o abutre-preto. Está bem conservada e tem uma área geográfica com muito boa dimensão”, acrescentou.

Eduardo Santos lembrou que, na Contenda "são observados regularmente, em média, 20 abutres-pretos. A zona é usada por estas aves como área de alimentação e alguns já foram vistos a pernoitar no perímetro da herdade". Esta está localizada a 20 quilómetros de uma colónia de abutre-preto em Espanha com 100 casais. Além disso está próxima da Serra Morena, habitat de lince-ibérico.

Ainda assim, há trabalho a fazer, como conseguir que a população de coelho-bravo aumente. “De momento não existem grandes populações de coelho-bravo mas há um núcleo que tem potencial para crescer”, considerou.

A Contenda tem áreas de pinhal, montado e sobreiral e uma zona de caça nacional. "Dentro de poucos anos poderemos esperar ter abutres-pretos a nidificar na Contenda", disse Eduardo Santos.

O projecto LIFE Natureza “Promoção do Habitat do Lince-ibérico e do Abutre-preto no Sudeste de Portugal” é co-financiado a 75% pelo Programa LIFE da Comissão Europeia e tem um orçamento global de cerca de 2,6 milhões de euros. O Projecto, com duração de 4 anos, de Janeiro de 2010 a Dezembro de 2013, será implementado nas regiões de Mourão, Moura e Barrancos, do Vale do Guadiana e da Serra do Caldeirão, nas áreas da Rede Natura 2000 aí existentes.

Até ao momento, e além da Herdade da Contenda, o projecto já estabeleceu protocolos com propriedades privadas, totalizando cerca de 7000 hectares, com o objectivo de “promover a conservação da paisagem natural que serve de habitat” àquelas duas espécies Criticamente em Perigo, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

Em Portugal, actualmente não se conhecem populações reprodutoras de lince-ibérico e em Espanha estima-se que existam apenas 200 indivíduos em duas populações. Quanto ao abutre-preto, depois de se ter extinguido como reprodutor nos anos 70, em 2010, quatro casais voltaram a nidificar em Portugal, na região do Tejo Internacional.

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