sábado, 7 de julho de 2012

Conservação de aves no Alentejo ganha 18 hectares


















In "Público", edição on-line - 06.07.2012, por Helena Geraldes
As abetardas, sisões e peneireiros-das-torres, aves que dependem das estepes cerealíferas do Alentejo, ganharam recentemente 18 hectares de zonas de refúgio, através da compra de terrenos pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN) em Castro Verde.

Os terrenos agrícolas foram adquiridos em Maio com 75% de financiamentos comunitários e 25% divididos entre fundos da própria LPN e de donativos de empresas.

“Estes 18 hectares são zonas nucleares para a conservação destas aves, que precisam de áreas muito extensas, e têm condições de excelência. São territórios onde as abetardas fazem paradas nupciais e onde nidificam, por exemplo”, disse nesta sexta-feira ao PÚBLICO Rita Alcazar, responsável da LPN pelo projecto LIFE Estepárias (2009-2012).

Os novos terrenos juntam-se agora a outros 150 hectares que a associação ambientalista – a mais antiga do país, criada em 1948 – havia adquirido em Fevereiro de 2011.

Naqueles 168 hectares existem cerca de 50 abetardas (Otis tarda), a maior e mais pesada das aves da fauna portuguesa, e outras aves como o sisão (Tetrax tetrax), o peneireiro-das-torres (Falco naumanni) e a perdiz-comum (Alectoris rufa).

“Vamos manter parte da gestão agrícola, semeando searas todos os anos em algumas zonas e mantendo outras em pousio. Mas iremos fazer melhoramentos do habitat para estas aves, como a construção de uma torre de nidificação, a remoção de vedações, a acessibilidade a pontos de água e a proibição da caça”, explicou a responsável.

“Nestes terrenos, a gestão agrícola assegura abrigo e alimento sem perturbação para estas espécies, que nidificam no solo e que dependem de extensas áreas planas e desarborizadas para se alimentar e caçar”, segundo uma nota da associação ambientalista.

Os 168 hectares fazem parte de uma área maior, com 85.000 hectares, ou seja, a Zona de Protecção Especial (ZPE) de Castro Verde. De acordo com a LPN, nesta ZPE, o número de abetardas passou das 400 em 1997 para as cerca de 1300 abetardas no final desta Primavera; destas, 50 ocorrem nas propriedades adquiridas desde Fevereiro de 2011.

Quando o Programa LIFE Estepárias terminar, no final de 2012, a conservação destas aves vai sofrer alterações. “A nossa presença no terreno terá de ser reduzida e teremos de deixar de fazer algumas acções, como a vigilância das colónias de peneireiros, para resgatar os juvenis feridos que caem dos ninhos, a sensibilização junto dos caçadores, ou a intervenção para diminuir os impactos negativos das centenas de quilómetros de vedações”, disse Rita Alcazar.

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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Liga para a Protecção da Natureza surpreendida com discurso de Passos Coelho na Rio+20


In "Público"
22.06.2012
Helena Geraldes

As afirmações do primeiro-ministro na conferência Rio+20, nesta quinta-feira, surpreenderam a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) por contrastarem com as opções ambientais que o Governo está a tomar em Portugal.


“Assumimos hoje uma responsabilidade colectiva perante as gerações futuras. Falhar não é uma opção. E aqui não falhámos”, disse Pedro Passos Coelho no seu discurso no plenário da conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável.

Hoje, a LPN diz-se surpreendida. “Estas afirmações contrastam com os resultados da conferência e principalmente com a actuação interna de Portugal a nível do Ambiente”, escreve em comunicado a direcção da mais antiga associação de defesa do Ambiente do país, criada em 1948.

A associação recorda uma lista de seis “processos contra o ambiente” em curso no país, que inclui a construção da barragem do Tua e do Sabor, o corte nos subsídios de apoio à instalação de equipamentos de energia renovável e as propostas de novas leis como a dos solos – “que visa eliminar os regimes de protecção e conservação da natureza” – e da arborização do país. Além disso, a LPN lamenta a “falta de apoio às áreas marinhas protegidas”, bem como os “cortes que levaram à total desorganização dos serviços de conservação da natureza em Portugal”. Da lista fazem ainda parte a “falta de apoio político e fiscalização efectiva das reservas e parques naturais” e as reformas nos licenciamentos industriais “que visam abolir todas as condicionalidades ambientais”.

A Liga espera agora que o Governo “reconsidere as opções que tem tomado” e “que se têm demonstrado absolutamente avessas ao desenvolvimento sustentável e à conservação da natureza”.

Sobre a Rio+20, a LPN também tem críticas a fazer, denunciando que termina “sem coragem política para resolver problemas que já são prementes, atirando todos a culpa para cima dos outros e rejeitando qualquer decisão palpável”



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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Recuperar a vida selvagem na Europa com as Reservas da Biosfera














Publicado no site: www.iucn.org04 Maio 2012
Traduzido por António Castelo

A Europa está actualmente a atravessar um período excepcional para a  recuperação da vida selvagem devido ao abandono, a larga escala, dos terrenos para a agricultura. Este fenómeno é particularmente notável nas áreas montanhosas do continente, que estão a resplandecer em natureza selvagem, robusta e resiliente. É a altura mais oportuna para a conservação da Biodiversidade na Europa.

A reintegração da vida selvagem traz novas oportunidades para a sociedade e para as pessoas que ainda vivem nos meios rurais, para fazerem a transição de uma economia de extracção de recursos, dependente, para uma economia de serviços baseada nos recursos naturais e selvagens. Contudo, sabendo que cerca de 50 por cento de todas as espécies europeias dependem de paisagens abertas ou semi-abertas, um dos maiores desafios é agora estimular os processos naturais que mantém essas paisagens no seu estado ideal: herbívoros selvagens, avalanches, vagas de insectos, vento, inundações, fogos de mato, etc.

No dia 26 de Abril estabeleceu-se um acordo entre a Autoridade da Reserva da Biosfera do Delta do Danúbio e a WWF-Roménia para trabalharem juntos na reintegração da vida selvagem na parte Romena do Delta do Danúbio. Este acordo teve início na nova iniciativa "Rewildind Europe", que lançou cinco grandes projectos de reintegração de vida selvagem em 2011.

Como uma primeira medida, um número de espécies chave, incluindo o castor e o veado, serão trazidos de volta para o Delta para funcionar como um arranque para processos naturais que desapareceram quase por inteiro. Sistemas de pastagens naturais serão promovidos, começando pela transladação de populações de cavalo selvagem. As duas comunidades de CA Rosetti e Sfantu Gheorghe na região exterior da região do Delta, que conjuntamente cobrem 70,000 hectares dos 580,000 da Reserva da Biosfera, serão apoiadas na implantação dos modelos de conservação da vida selvagem experimentados e desenvolvidos na Namíbia.

Estas espécies reintroduzidas, juntamente com a já espectacular variedade de pássaros, as paisagens únicas e a interessante cultura local, têm o potencial para criar novas fontes de rendimento para as comunidades. As últimas décadas têm visto as fontes tradicionais de rendimento provenientes da pesca e da criação de gado desvanecer, levando a um êxodo dos jovens e a um consequente envelhecimento da população. O trabalho de conservação vai conferir a estas comunidades um papel directo e claro na gestão de uma parte significativa do Delta - um princípio bem assente na filosofia da Reserva da Biosfera.

O Rewilding Europe está simultaneamente a trabalhar em outras Reservas da Biosfera - a Reserva East Carpathians, com 213.000 hectares, na fronteira entre a Polónia, Eslováquia e a Ucrânia, e na Reserva da costa do Adriático, na Croácia, com 200.000 hectares. Juntamente com a Western Iberia e a Southern Carpathians, o objectivo é re-instaurar processos naturais chave e assim permitir à natureza restabelecer áreas de dimensões na ordem dos 100.000 hestares, em mar e em terra, com o mínimo de intervenção humana. Com mais cinco áreas modelo ainda por identificar e instalar, a Rewilding Europe - uma iniciativa conjunta da WWF-Holanda, Fundação ARK Nature, Wild Wonders of Europe e Conservation Capital - estabeleceu o objectivo de recuperar a vida selvagem de pelo menos um milhão de hectares até 2020. Esta recuperação envolve a estimulação de processos naturais de transformação da paisagem sem ter uma visão concreta do resultado final. Uma paisagem que se mantém naturalmente e que é autosustentável para o futuro sem uma gestão humana activa é o objectivo final da Rewilding Europe.

O ressurgimento da vida selvagem está no centro deste projecto. Uma vida selvagem a prosperar é um elemento absolutamente fundamental para qualquer ecossistema saudável e sustentável, para além de uma factor de atracção e inspiração para as pessoas, e uma fonte de receitas para o desenvolvimento económico. Esta iniciativa vai fomentar um aumento da vida selvagem para densidades superiores às que hoje se verificam e vai permitir a re-introdução de espécies desaparecidas. Outro elemento-chave desta iniciativa é o incentivo para o estabelecimento de empresas orientadas para a conservação, utilizando os recursos selvagens como base de sustentação. A combinação de perspectivas inovadoras para a conservação, a comunicação em massa, e o desenvolvimento de empreendimentos nature-based atraiu já vários doadores privados e muitas ONGs.

As cinco áreas piloto seleccionadas cobrem já um espectro de diferentes formatos de conservação - parques nacionais, geo-parques, parques naturais, parques de paisagem, reservas da biosfera, Sítos RAMSAR, Sítios Património Mundial da UNESCO e rede Natura 2000 - o que transmite claramente que este conceito se pode aplicar independentemente do estatuto de protecção do local. Estas áreas protegidas estão normalmente inseridos em áreas onde o abandono de terras está neste momento a acontecer numa grande escaa e onde o ressurgimento da vida selvagem trás oportunidades novas para a conservação e o desenvolvimento local.

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terça-feira, 5 de junho de 2012

Economia verde pode gerar entre 15 a 60 milhões de empregos

31.05.2012
Ricardo Garcia


Não há dia em que não se ouça dizer que o ambiente é uma pedra no sapato da economia. Estes números dizem, porém, o contrário: a chamada “economia verde” pode gerar 15 a 60 milhões de novos empregos nos próximos 20 anos.

A estimativa resulta de uma análise feita pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e leva em conta os postos de trabalho criados em vários sectores, como o das energias renováveis, da eficiência energética ou da reciclagem.

O estudo admite que, com a transição para a economia verde, alguns vão ter de mudar de emprego. Mas trata-se de um número “gerível” – nos países desenvolvidos, será de um por cento da força de trabalho. “As preocupações sobre a perda de empregos na economia verde são, por isso, exagerados”, conclui o estudo, realizado no âmbito da Iniciativa Empregos Verdes, que envolve também outras agências da ONU.

A economia verde já está a dar sustento a milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, segundo o relatório, há 3,1 milhões de trabalhadores (2,4%) a prestarem serviços ou produzirem bens na área do ambiente. No Brasil, são 2,9 milhões (6,6%). Só no sector das renováveis, trabalham, no mundo todo, cinco milhões de pessoas. E a área da biodiversidade criou quase 15 milhões de empregos directos e indirectos na Europa.

Entre o dever e haver, as projecções apontam para um ganho positivo de 0,2% a 2,0% no número de empregos globais – ou seja, mais 15 a 60 milhões de postos de trabalho.

A economia verde, e como esta via pode ser a solução para pobreza no mundo, é o tema central da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, que terá lugar no Rio de Janeiro, de 20 a 22 de Junho. A OIT dá exemplos desta ligação – como a utilização de práticas mais eficientes e com menor impacto por parte dos 400 milhões de pequenos agricultores nos países em desenvolvimento, ou a integração, na fileira da reciclagem, de milhões de “catadores” de lixo das grandes cidades. Ao benefício ambiental soma-se o aumento da produção e do rendimento.

O foco da Rio+20 sobre a economia verde não é pacífico. Vários países e organizações têm-se mostrado reticentes, invocando argumentos contra a mercantilização do ambiente e contra a ingerência externa no padrão de desenvolvimento de cada nação.

“A sustentabilidade ambiental não é assassina os empregos, como normalmente se diz. Pelo contrário, se gerida adequadamente, pode levar a mais e melhores empregos, à redução da pobreza e à inclusão social”, afirma, no entanto, Juan Somavia, director-geral da OIT, citado num comunicado da organização.

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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Corvo acolhe reserva pioneira de aves marinhas com protecção contra predadores


In "Diário de Notícias", dia 7 Maio 2012.
O 'Hotel dos Cagarros', com uma centena de ninhos e vista para o mar, foi criado no Corvo, Açores, num projecto pioneiro a nível mundial que visa criar uma colónia para aves marinhas sem predadores.
A Reserva Anti-Predadores para a Nidificação de Aves Marinhas abrange uma área com cerca de um hectare na Ponta do Topo, vedada por uma rede fabricada por uma empresa especializada da Nova Zelândia, que impede a entrada de gatos e ratos.
"Esta zona da ilha está fechada desde Outubro e o controlo que realizamos mostra que não há predadores no interior da vedação", afirmou Luís Costa, director executivo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), em declarações à Lusa.
Este projecto pioneiro para a conservação das colónias de aves marinhas nos Açores através da recuperação do seu habitat e de medidas de controlo e erradicação de espécies invasoras integra o programa 'LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas', coordenado pela SPEA em parceria com a Secretaria Regional do Ambiente, Câmara do Corvo e Royal Society for the Protection of Birds.
Este santuário não é exclusivo dos cagarros, destina-se também a outras aves, como os estapagados ou os frulhos, que pesam apenas 200 gramas, mas são capazes de viajar 2.200 quilómetros e mergulhar a 23 metros de profundidade.
"O objectivo é que venham para aqui todas as aves que são perseguidas por predadores e que já são raras nos Açores", salientou Luís Costa.
Os terrenos onde foi criada a reserva foram escolhidos por terem condições para a nidificação das aves, mas também por não terem uso agrícola, estando em curso a recuperação da flora endémica.
"Estamos a ficar com a vegetação própria deste local e esperamos que, se o habitat natural for recuperado, possam vir a aparecer outras espécies de plantas", frisou Frederico Cardigos, diretor regional dos Assuntos do Mar, destacando a importância dos esforços em curso para criar condições para a nidificação de aves marinhas naquela zona.
Por agora, os responsáveis estão satisfeitos por algumas aves terem estado no local a "explorar" as condições existentes, esperando que, na próxima época de nidificação, o 'hotel' tenha uma boa ocupação.
A pequena ilha do Corvo foi escolhida para esta iniciativa inovadora a nível mundial para testar métodos de erradicação de predadores e plantas invasoras pela sua localização geográfica e por ter um habitat privilegiado para a nidificação de aves marinhas.
O Corvo tem a maior população de cagarros nos Açores, é uma das duas ilhas do arquipélago onde nidificam os estapagados e acolhe frulhos nas suas encostas mais inacessíveis.
O sucesso deste projecto permitirá ter populações mais robustas de aves marinhas, que já ocuparam aos milhares as ilhas e ilhéus do arquipélago e actualmente estão reduzidas a pequenos ilhéus e falésias remotas.
A excepção é o cagarro, já que mais de metade da população mundial desta ave nidifica todos os anos nos Açores.

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terça-feira, 15 de maio de 2012

Obras na barragem do Tua decorrem desde Abril de 2011
Foto: Manuel Roberto.


In "Público" - 15.05.2012 Por Augusto José Moreira


Parar imediatamente as obras de construção da barragem de Foz Tua, solicitar uma missão conjunta de análise à situação da área de paisagem classificada do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial e remeter um relatório actualizado até ao final de Janeiro próximo.


Estas são as principais exigências que o Comité do Património Mundial da UNESCO se prepara para adoptar na sua reunião de Junho, relativamente ao caso da construção da barragem da EDP na foz deste afluente do rio Douro.

O projecto de decisão, a que o PÚBLICO teve acesso, está já concluído e, além daquelas exigências, é também colocado em causa o comportamento das autoridades portuguesas ao longo de todo o processo. Apesar de redigido, como é norma, num tom diplomático, o documento não deixa referir uma postura que pode ser classificado como de certa deslealdade por parte dos responsáveis portugueses, que não prestaram qualquer informação sobre os projectos para a construção de barragens e autorizaram o arranque das obras numa altura em que a missão de análise acabava de visitar o local e não tinha ainda sequer iniciado o seu relatório.

Quanto à parte decisória, com dez pontos, não deixa margem para dúvidas ao "instar o Estado [português] a parar imediatamente todos os trabalhos de construção da barragem de Foz Tua e toda a infra-estrutura associada". É igualmente exigido que seja solicitada a realização de uma "missão conjunta de monotorização para estudo do impacto potencial" das alterações ao projecto que foram, entretanto, anunciadas pela EDP. E ainda que o Estado português "remeta ao Comité do Património Mundial um relatório sobre a revisão ou o reexame do projecto" e também "sobre o estado de conservação" da área classificada, para que seja analisado pelo comité na sua reunião anual de 2013.

O projecto de decisão será analisado no encontro deste ano, que decorre a partir de 24 de Junho na cidade de S. Petersburgo, na Rússia. Em regra, todas as propostas são aprovadas, havendo apenas registo de pequenas alterações ou arranjos resultantes do trabalho diplomático que antecede este tipo e encontros.

Como foi noticiado pelo PÚBLICO em Dezembro último, um relatório de avaliação resultante de uma visita realizada ao Douro, no início de Abril do ano passado, considerava que a construção da barragem de Foz Tua tem um "impacto irreversível e ameaça os valores" que estiveram na base da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. Apesar de ter sido entregue às autoridades portuguesas ainda em Agosto, foi mantido em segredo até à divulgação da notícia e a resposta oficial do Governo àquele comité da UNESCO só terá chegado a 8 de Fevereiro deste ano, conforme se constata agora do projecto de decisão. No confronto de datas, o documento realça que "o projecto da barragem - embora previsto no Plano Energético Nacional de 1989 e no Plano de Bacia Hidrográfica do Douro de 1999 - nunca foi mencionado no dossier de candidatura". Refere-se ainda que em 2008 o Instituto da Água lançou o concurso público para a concessão da barragem. Este seria aprovado em 2010 e "o Estado [português] só informou o Centro do Património Mundial quando para tal foi solicitado". O projecto de decisão frisa também que o estudo de impacto ambiental "não inclui qualquer avaliação do impacto sobre o valor universal excepcional da paisagem classificada".

Quanto à resposta dada pelo Estado português, foi argumentado que o projecto foi objecto de consulta pública e que as obra só poderiam avançar depois de uma avaliação favorável, ou com condições, de impacto ambiental, documento cuja data limite de publicação era 12 de Abril de 2010. "No entanto, a 11 de Maio de 2009, o projecto já tinha recebido uma aprovação ambiental, sob certas condições", frisa o comité da UNESCO. Outro dos argumentos avançados pelo Governo foi o de que, sendo o Alto Douro Vinhateiro considerado como "uma paisagem cultural evolutiva". há toda a conveniência em assegurar "a vida e a evolução". 

Em Dezembro, quando o PÚBLICO deu conta do relatório e da consequente ameaça para a classificação da UNESCO, o secretário de Estado da Cultura disse que o Governo admitia rever o processo. "Tem de ser uma decisão muito ponderada e assumida em bloco, e o Governo pondera analisar e avaliar toda a situação", disse então Francisco José Viegas.


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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Brasil pretende construir 20 barragens na Amazónia até 2020.

















Reportagem do departamento de Jornalismo da Universidade de British Columbia acerca do Plano de Barragens do Brasil e da construção polémica da Barragem Belo Monte no Sul da Amazónia.

http://video.nytimes.com/video/2012/05/05/world/americas/100000001526824/damming-the-amazon.html

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